Bolinho sem glúten e vegan

Bolinho de abobrinha, sem glúten, leite e ovos. Receita fácil e que as crianças adoram fazer e comer.

Panqueca

Massa versátil e fácil.

Cuscuz paulista

Uma receita original, sem glúten, sem leite e sem ovo.

Hambúrguer com legumes

Receita ideal para crianças que tem dificuldade de comer legumes.

Pão sem glúten e vegan

Pão sem glúten, leite e ovos. Receita super fácil!

Entender para fazer

Série de publicações que dão dicas de como receber bem alguém com restrições alimentares. Simples e fácil.

Você não tem cara de celíaco.

Mas será que celíaco tem cara?

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10 de out. de 2015

Um coração aberto é uma mente aberta

Ou como eu acordei para as dificuldades da Inclusão

Conviver com pessoas com algum tipo de deficiência ou limitação sempre foi natural para mim.
Acredito que essa naturalidade se deve um pouco a minha personalidade e muito aos ambientes e pessoas com as quais convivi.
Estudei muitos anos em uma escola pública onde havia alunos deficientes. Isso não era tratado como algo extraordinário. Era normal.
Na minha classe tinha um garoto deficiente visual, e as crianças quase que brigavam para ajudá-lo, a professora que tinha que fazer uma escala!
Nessa escola os deficientes auditivos tinha uma classe só deles, mas a turma deles era para nós uma outra turma qualquer, não era "a classe dos surdos".
Para as crianças não importava a diferença, e para mim, a diferença era algo normal, e não algo que me afastasse das pessoas.
Agradeço imensamente ter tido a oportunidade de estudar e brincar com essas crianças, pois isso fez de mim uma pessoa mais tolerante.
Mas o meu olhar de criança e adolescente não foi suficientemente profundo para perceber o quanto a vida dos meus colegas de escola poderia ser difícil.
Quem é diferente nem sempre é aceito.
Demorei para perceber conscientemente a profundidade desse "não ser aceito", por mais óbvio que isso seja.
Esse acordar aconteceu antes de descobrir a doença celíaca.
Eu já tinha sofrido um aborto e tentei engravidar durante meses, até que enfim conseguimos.
Como a família tinha ficado bastante decepcionada com a primeira gestação, e como sabíamos que o risco de aborto era real, decidimos não contar.
Durante a gestação tive que fazer diversos exames, e muitos deles eu nem sabia exatamente o que procuravam, mas se era para o bem do bebê, eu pensava: "Vamos lá!"
Um dia fui fazer um ultrasson, e no final do exame o médico cheio de cuidados e explicações me disse que a medida da TN estava alterada.
Como eu não tinha a menor ideia do que se tratava, falei ok.
No mesmo dia eu tinha consulta, e chegando no consultório, a médica já me aguardava.
Ela me explicou que a medida da TN (Transluscência nucal) é uma medida de referência. E que uma medida alterada pode indicar algum tipo de problema no bebê, como por exemplo Síndrome de Down.
Eu continuei calma, e só perguntei: "O bebê está bem?"
Ela me disse que sim, e me perguntou se queria fazer mais exames para confirmar ou descartar os problemas. Me explicou que alguns exames eram invasivos e que um deles tinha risco de aborto.
Respondi que não era necessário, e fui para casa feliz da vida. Afinal meu bebê estava bem.
Naquela semana, a família descobriu a minha gravidez.
Ainda assim eu e meu marido decidimos não contar como a gestão estava difícil, para evitar que eles ficassem tensos e nos deixassem tensos.
Minhas gestações foram todas complicadas, sempre com o risco de aborto, fiquei de repouso em todas elas e tive que tomar várias medicações. E apesar de tudo, eu me sentia tranquila, e não queria que as pessoas se preocupassem.
Mas naquela semana eles descobriram a gestação!
Uma pessoa da família telefonou, e quis saber se era verdade que eu estava grávida. Eu confirmei.
Logo na sequência, a pessoa me perguntou se  a medida da TN estava normal.
Respondi que sim. E então eu ouvi a frase que me acordou...
"Que bom! Então agora eu posso te dar os parabéns!"
Eu fiquei tão chocada, tão pega de surpresa, que só tive forças para dizer que precisava desligar.
Lembro que senti vontade de vomitar.
Não porque eu tivesse medo pelo meu filho, mas porque a revolta em mim era muito grande.
Na verdade durante todas as minhas gestações meu único medo era de que eles não sobrevivessem.
Por diversas vezes durante as minhas gestações apareceram problemas e exames alterados, mas nunca senti medo ou apreensão em relação a problemas desse tipo.
Sabia que os riscos eram reais, mas também sentia que meu amor já era capaz de superar qualquer dificuldade, pois aqueles bebês, mesmo com poucos centímetros, já era meus filhos amados, independente das diferenças que pudessem carregar.
E por isso mesmo, a pergunta que eu me fazia sem parar era, por que os pais de uma criança deficiente não mereciam os parabéns? 
Essa pergunta rondou a minha cabeça durante muito tempo, e eu comecei a observar tudo com outros olhos e comecei a ver detalhes que antes não percebia.
As pessoas que pensam como esse familiar que me telefonou, infelizmente enxergam os seres humanos como objetos.
Objetos que não seguem um padrão, são objetos defeituosos, portanto sem qualidade.
Isso dói demais. Saber que os seres humanos não se reconhecem como únicos, que não conseguem entender o outro, que não conseguem aprender com as diferenças e as dificuldades.
Mas esse episódio foi ótimo. Me fez perceber o lado cruel da vida dos deficientes.
Eu sempre soube, desde de criança que os problemas existiam. Mas eu não tinha ideia do tamanho da crueldade.
Hoje eu sou uma pessoa mais consciente, mais atenta a isso. Mas ainda não consegui me acostumar a essa crueldade, e nem quero.
Todos temos preconceitos embutidos, mas é a consciência de si mesmo, é nesse confronto com o nosso lado escuro, com a dor, que podemos nos recuperar. É na vontade de aprender com o outro que podemos descobrir uma versão melhor de nós mesmos. Todos temos restrições e limitações.


8 de out. de 2012

Disney Júnior e restrição alimentar


O canal Disney Júnior, exibe diariamente o desenho "Urso, agente especial". Em um dos episódios, uma menina vai receber a prima que não pode comer queijo e nem pão. Então, o agente Urso é chamado para ajudá-la. 
O desenho é para crianças bem pequenas, por isso muito interessante o tema ser restrição alimentar. O link abaixo é do vídeo com 2 episódios, o episódio que estamos comentando é o segundo, "Salada especial para a prima". Vale a pena assistir!

                             

4 de out. de 2012

Relaxe



E depois de tudo isso...
Se o seu convidado não comeu durante sua festa, não sinta-se culpado.
Talvez ele tenha se alimentado antes, talvez ainda se sinta inseguro para comer fora de casa... Conviver com restrições alimentares e se adaptar a elas é bastante difícil, requer tempo e mudanças de hábitos.
Seja um bom amigo e respeite a decisão.







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Faça - Parte II

E se for uma festa? Não é possível, nem necessário, fazer uma versão da festa para o seu convidado, mas ofereça alguma opção segura, mesmo que você saiba que ele irá levar o kit.
Dê suporte durante a festa, ofereça um lugar adequado para ele guardar o seu kit, microondas caso queira aquecer alguma coisa, ou fazer uma pipoca.
Aliás, pipoca é uma ótima opção. A maioria das pessoas adora, faz a felicidade das crianças e é super fácil de fazer. Evite as pipocas com sabor ou com manteiga.
Ah! Pipoca só não vale se o seu convidado tiver alergia a milho.
Batata-frita também é outra ótima opção, só atenção com o momento da fritura. A batata deve ser frita em uma panela  exclusiva. Não pode ser frita no mesmo óleo que os empanados.
Se a festa for em um buffet, converse com o seu convidado, e com o responsável pela cozinha, apresente um ao outro.
Solicite que um garçom fique responsável pelo atendimento ao seu convidado. Isso facilita bastante a questão de acesso a cozinha.
No momento de servir o bolo, o buffet poderá fazer a gentileza de servir o bolo que o seu convidado trouxe em um prato, assim como o dos outros convidados. Só não esqueça de pedir isso ao garçom responsável pelo seu convidado, isso evita o problema de contaminação cruzada.
Ofereça as informações que o seu convidado solicitar a respeito da comida, se não souber, seja sincero.
Essas são ações simples, que não irão aumentar o seu trabalho, nem complicar a sua festa, mas que farão o seu convidado se sentir especial.

E se durante o evento você descobrir que um dos seus convidados tem restrições alimentares?

Pode acontecer de durante o seu evento, você descobrir que um dos seus convidados tem restrições alimentares. E agora?!
Nada de pânico. Converse com o seu convidado, veja quais os alimentos proibidos e o que pode ser servido do cardápio disponível. Verifique se ele trouxe algum kit, se precisa de acesso a cozinha.
Deixe-o a vontade, não faça disso um drama, e muito menos o trate como vítima.

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Faça - Parte I

Vamos usar como exemplo a dieta sem glúten e sem leite, esses eu conheço bem.
Se o evento é um jantar, ofereça uma salada caprichada. Todos vão adorar e não há nada proibido.
Só não coloque croutons ou queijo.
Deixe os molhos separados, cada um com a devida colher para servir. Evite molhos a base de leite.
Existe uma variedade enorme de pratos, do nosso dia-a-dia, cujas receitas são naturalmente sem glúten, mas estamos tão acostumados que nem nos damos conta disso.
Arroz, feijão, carne assada, peixe assado ou ensopado...
Não utilize temperos prontos, eles são fonte de problemas para quem tem restrição alimentar.
No caso da carne assada, observe se entre os ingredientes está a cerveja, isso é proibido para quem não pode com glúten. Mas você pode substituir a cerveja por vinho.
No peixe assado, algumas receitas pedem farinha de trigo ou de rosca. Se for esse o caso, procure outra receita, como por exemplo salmão com molho de maracujá ou uma moqueca. Todos vão adorar.
E a sobremesa?
Aqui as dicas são as mesmas, não precisa se preocupar em fazer receitas especiais, pense  em uma opção simples.
A sugestão é salada de frutas. Seus convidados poderão compartilhar de uma sobremesa saborosa e saudável.
Em tempo, no momento do preparo e da manipulação dos alimentos muita atenção com a contaminação cruzada (não sabe o que é? Clique aqui), qualquer deslize pode comprometer todo o seu esforço.

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28 de set. de 2012

Ouça e entenda


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Série Entender para fazer

Ouça

Se o seu convidado tem restrições alimentares, o melhor a fazer é conversar com ele, descobrir o que não pode comer, peça sugestões para o cardápio.
Respeite as restrições, não questione com perguntas do tipo: "Ah, mas nem um pouquinho?", se a pessoa está falando que não pode, não pode e pronto, não nos cabe julgar os motivos que a  levaram a aderir àquela dieta.

Entenda

Você não precisa adequar todo o seu cardápio em função deste convidado, mas é bem legal oferecer ao menos uma ou duas opções seguras.
Ninguém é obrigado a fazer pratos especiais, escolha opções simples, com ingredientes comuns, permitidos e que poderão ser consumidos pelos outros convidados também (isso é muito importante!).  Evite industrializados, a maioria deles contém algum tipo de ingrediente que são causadores das alergias e intolerâncias mais comuns.
As pessoas que tem restrições alimentares já estão acostumadas a sair de casa prevenidas. Converse como seu convidado, veja se ele pretende levar algum kit. Assim você pode combinar o que vai oferecer com o que ele pretende levar.
Importante: Permita que ele leve o kit! Não se sinta ofendido.
Andar com um kit de comidas seguras faz parte da rotina do seu convidado, ele não está fazendo isso para te ofender ou por não confiar em você.

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Como receber alguém com restrições alimentares


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Hoje começa uma pequena série de publicações sobre como receber alguém com restrições alimentares, seja em casa ou em uma festa.
Serão dicas e orientações para facilitar a vida do anfitrião e do convidado.
Quem não convive todo dia com o mundo das restrições alimentares pode achar bastante díficil oferecer uma refeição ou um pequeno lanche.  E talvez estes posts possam ajudar!
Acredito que a melhor maneira de acabar com o conceito de que "quem tem restrição alimentar tem restrição social" é a informação.
Somente informando e oferecendo opções a quem não conhece esse mundo, podemos acabar com esse mito.
Dieta com restrições não é um bicho-de-sete cabeças, não impede ninguém de ter uma  vida social ativa e feliz.
Além disso, é preciso mudar também a postura, afinal você vai na festa para comer???
Mas isso já é conversa para outra publicação...
Agora, acompanhe a série Entender para fazer.